Saúde

O que significa escore Gleason 9? Entenda o tipo de câncer que atinge Joe Biden

Joe Biden foi diagnosticado com câncer de próstata com escore Gleason 9. Saiba o que esse grau indica, por que é considerado agressivo.

Ex-presidente Joe Biden - @Reprodução
Ex-presidente Joe Biden - @Reprodução

O diagnóstico do ex-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de 82 anos, com câncer de próstata agressivo, despertou atenção global não apenas pela gravidade da doença, mas também por um detalhe técnico revelado por sua equipe médica: o tumor apresenta escore Gleason 9.

Essa classificação, embora pouco conhecida pelo público geral, é uma das mais importantes para determinar o grau de agressividade do câncer de próstata.

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Mas afinal, o que é o Gleason 9, por que esse número preocupa tanto os especialistas e o que ele representa na vida de pacientes como Biden? A seguir, explicamos em detalhes.

O que é o escore de Gleason?

O escore de Gleason é um sistema criado pelo patologista Donald Gleason na década de 1960 e é usado até hoje para avaliar a agressividade do câncer de próstata com base na análise microscópica das células tumorais. Após a biópsia, os médicos atribuem notas de 1 a 5 para os dois padrões celulares mais comuns encontrados no tumor.

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A soma dessas duas notas forma o escore final, que pode variar de 6 a 10.

Gleason 6 (3+3): tumor de baixo risco
Gleason 7 (3+4 ou 4+3): risco intermediário
Gleason 8 a 10: alto risco, câncer considerado agressivo

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No caso de Joe Biden, o escore 9 (por exemplo, 4+5 ou 5+4) indica que as células cancerígenas estão extremamente alteradas e propensas a crescer rapidamente, com alta probabilidade de espalhar-se para outras partes do corpo.

Por que o escore Gleason 9 é considerado grave?

Tumores com escore 9 são classificados como Grau de Grupo 5, o mais alto grau de risco dentro do sistema de classificação da Sociedade Americana de Urologia.

Isso significa:

• Alta agressividade celular
• Rápida multiplicação do tumor
• Maior risco de metástase (como já aconteceu com Biden, que apresenta metástase óssea)
• Tratamento mais complexo e com prognóstico reservado

De acordo com o National Cancer Institute (EUA), tumores Gleason 9 têm maiores chances de recidiva (retorno da doença) mesmo após tratamento, exigindo acompanhamento contínuo e, muitas vezes, abordagem multidisciplinar com hormonioterapia, quimioterapia e radioterapia.

Câncer de próstata com metástase: o caso de Joe Biden

A equipe médica de Joe Biden confirmou que o câncer já se espalhou para os ossos, o que indica que a doença está em estágio avançado. Esse tipo de metástase é comum em casos de Gleason 9 e representa um desafio adicional ao tratamento.

Apesar disso, há um dado positivo: o tumor é sensível a hormônios, o que significa que terapias hormonais ainda podem ajudar a conter o avanço da doença.

Segundo especialistas, mesmo com metástase, muitos pacientes conseguem viver por vários anos com qualidade de vida, desde que o tratamento seja iniciado rapidamente e monitorado de forma constante.

Quais são os tratamentos possíveis para Gleason 9?

O tratamento do câncer de próstata com escore 9 depende de diversos fatores, como a idade do paciente, o estado geral de saúde, a presença de metástase e a resposta às terapias iniciais.

Entre as opções, destacam-se:

• Terapia hormonal (ADT): bloqueia ou reduz a testosterona, hormônio que estimula o crescimento do tumor;
• Quimioterapia: geralmente indicada em casos metastáticos ou quando a doença se torna resistente à hormonioterapia;
• Radioterapia: pode ser utilizada para reduzir a dor ou controlar lesões ósseas;
• Terapias direcionadas: como abiraterona ou enzalutamida, que atuam em etapas específicas do crescimento tumoral.

No caso de Joe Biden, os médicos ainda não divulgaram qual estratégia será adotada, mas confirmaram que ele está sendo acompanhado por uma equipe multidisciplinar de oncologistas, urologistas e hematologistas.

Prognóstico: é possível viver com Gleason 9?

Embora o Gleason 9 seja um dos piores cenários dentro do câncer de próstata, o avanço da medicina tem permitido sobrevidas significativas mesmo em pacientes idosos e com metástases.

Segundo a American Cancer Society, a sobrevida média de pacientes com câncer de próstata metastático sensível a hormônios pode ultraar 5 anos, dependendo da resposta ao tratamento e da presença de outras comorbidades.

No caso de Biden, seu histórico de saúde relativamente estável e o o a centros médicos de excelência são fatores que podem favorecer sua resposta ao tratamento.

Embora o prognóstico inspire cuidados, o avanço da medicina e a rápida identificação da doença podem oferecer caminhos viáveis de controle e qualidade de vida. A batalha de Biden, agora pública, pode servir também para alertar a sociedade sobre a importância do rastreamento precoce e dos exames periódicos a partir dos 50 anos — ou antes, em caso de histórico familiar.