Política

Por que Fábio Wajngarten foi demitido do PL? Entenda o que motivou a decisão

Fábio Wajngarten foi demitido pelo PL após troca de mensagens com Mauro Cid sobre Michelle Bolsonaro. Veja o que disseram e por que isso causou sua saída.

Fabio Wajngarten antes de ser demitido - Marcelo Camargo/Agência Brasil
Fabio Wajngarten antes de ser demitido - Marcelo Camargo/Agência Brasil

A demissão de Fábio Wajngarten, ex-assessor de comunicação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), causou forte repercussão política nesta terça-feira (20). Mas afinal, por que ele foi demitido do PL?

A decisão veio à tona após a divulgação de mensagens privadas entre Wajngarten e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, em que ambos expressam críticas à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e rejeitam abertamente a possibilidade de que ela seja candidata à presidência da República em 2026.

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As conversas foram reveladas em uma reportagem exclusiva do portal UOL, com base em investigações da Polícia Federal, que ou dados extraídos do celular de Cid. O episódio foi considerado insustentável pela cúpula do Partido Liberal (PL), que decidiu demitir Wajngarten por ordem de Valdemar Costa Neto, presidente nacional da sigla.

O que dizem as mensagens que causaram a demissão?

As mensagens que motivaram a demissão são de janeiro de 2023. Em uma delas, Wajngarten compartilha uma notícia sobre uma possível candidatura de Michelle Bolsonaro. Mauro Cid reage com a frase:

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“Prefiro o Lula.”

E Wajngarten responde, sem hesitação:

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“Idem.”

A troca, considerada grave nos bastidores do partido, demonstra rejeição interna ao nome de Michelle e abre margem para interpretações de deslealdade política dentro do núcleo mais próximo do ex-presidente.

Wajngarten e Cid também apontam “fragilidade” de Michelle

Nos trechos divulgados, os dois também compartilham a avaliação de que Michelle “seria destruída” caso entrasse na política, e que “tem muita coisa suja… não suja, mas eles vão usar tudo contra ela”, segundo palavras de Cid.

Wajngarten também afirmou que lançar Michelle não traria benefício, apenas “matérias negativas”, e que nem mesmo os filhos de Bolsonaro apoiariam a ideia.

Críticas internas e pressão sobre o PL

As declarações foram mal recebidas dentro do PL, onde Michelle Bolsonaro é vista como uma das alternativas viáveis para manter o bolsonarismo competitivo nas eleições de 2026. A repercussão das mensagens gerou pressão política sobre Valdemar Costa Neto, que então determinou o afastamento imediato de Wajngarten.

Segundo fontes próximas ao partido, a permanência dele na equipe de Bolsonaro ameaçava desgastar publicamente o nome de Michelle, que ainda não confirmou se será candidata, mas vem aparecendo como figura relevante nos eventos do partido.

Fabio Wajngarten - Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Fabio Wajngarten – Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O impacto político da demissão

A saída de Fábio Wajngarten marca mais uma crise no entorno de Bolsonaro, que já lida com restrições judiciais e processos que o tornaram inelegível. A falta de uma estratégia unificada sobre quem liderará o grupo político em 2026 agrava ainda mais as divisões internas.

A demissão também sinaliza que o PL tenta proteger a imagem de Michelle Bolsonaro e minimizar ruídos que possam afetar sua eventual candidatura.

Reações e silêncio até agora

Nem Fábio Wajngarten, nem Valdemar Costa Neto se pronunciaram publicamente até o momento sobre a demissão. O ex-presidente Jair Bolsonaro também não comentou o caso, e Michelle Bolsonaro ainda não fez declarações após a revelação das mensagens.

Nos bastidores, o episódio é visto como mais um sinal de tensão interna no bolsonarismo, que vive um período de incertezas e reavaliações estratégicas desde o fim do governo.