A sucessão ao Palácio República dos Palmares começa a ganhar contornos mais definidos. Durante um evento social no último fim de semana, o secretário de Governo da Prefeitura de Maceió, Júnior Leão, afirmou categoricamente que o prefeito João Henrique Caldas (PL), o JHC, será candidato ao governo de Alagoas em 2026.
A declaração ocorreu diante de vereadores da base governista, que pressionavam o secretário sobre o futuro político do prefeito. De acordo com Leão, aliado histórico e um dos articuladores mais próximos de JHC, a decisão já está tomada — contrariando rumores que circulavam nos bastidores da política alagoana.
“JHC será candidato ao governo”, cravou Leão, segundo relatos publicados na coluna do jornalista Ricardo Mota.
A fala do secretário esvazia a narrativa sustentada nos bastidores por aliados do senador Renan Calheiros (MDB). Segundo essa versão, JHC estaria disposto a compor uma chapa para o Senado ao lado de Renan pai, num arranjo político de conveniência que buscaria reduzir tensões entre os dois principais grupos políticos do estado.
Com a antecipação feita por Júnior Leão, o cenário se inverte: em vez de aproximação, há sinal claro de distanciamento. A pré-candidatura ao governo, se confirmada oficialmente, marca um rompimento simbólico com os calheiristas e insere JHC como principal nome da oposição ao atual grupo dominante em Alagoas.
Prefeito reeleito de Maceió, JHC goza de alta popularidade na capital e tem ampliado sua base política no interior do estado. Além disso, seu nome está diretamente ligado a um discurso de renovação e modernização da gestão pública, o que pode atrair segmentos eleitorais mais jovens e independentes.
Aliados apontam que a candidatura ao governo já vinha sendo construída nos bastidores, com articulações discretas e uma comunicação estratégica voltada para pautas estaduais. JHC tem evitado embates diretos com Renan pai e Renan filho, mas mantém interlocução seletiva, como revelou recentemente a imprensa local.
Disputa em 2026 pode redesenhar forças em Alagoas
A possível candidatura de JHC ao governo em 2026 adiciona uma nova camada de complexidade à disputa estadual.
Para o jornalista Ricardo Mota, que revelou os bastidores da declaração de Júnior Leão, a antecipação é sintomática:
“A disputa sempre é mais saudável, até para que alguns compromissos com o eleitor sejam firmados – mesmo que depois esquecidos.”
Ainda é cedo para definir o desenho final da disputa, mas a movimentação pública de aliados de JHC sinaliza uma ofensiva clara: romper com a dependência de alianças e construir um projeto de poder próprio, estadualizado, com base na força eleitoral da capital.