O delegado-geral adjunto da Polícia Civil de Alagoas, Eduardo Mero, vai se encontrar com os familiares da estudante Ana Beatriz de Moura, de 15 anos, na manhã desta quarta-feira (30), às 9h30, em Maceió. A adolescente está desaparecida desde o dia 8 de abril.
Logo após o encontro com os parentes da jovem, o delegado concederá uma entrevista coletiva no mesmo local, durante a qual deve apresentar novas informações sobre o andamento das investigações.
Nos últimos dias, a Polícia Civil intensificou as diligências em busca de Ana Beatriz, que é aluna do Instituto Federal de Alagoas (Ifal).
Nesta terça-feira (29), foi criada uma comissão especial para reforçar as ações de busca, que contam também com o apoio do Corpo de Bombeiros Militar (CBM) e da Polícia Militar (PM), atuando em diversas áreas de Maceió.
Ana Beatriz foi vista pela última vez ao embarcar em uma motocicleta de aplicativo no bairro do Poço, por volta das 12h47. O destino era a região da Garça Torta, onde, desde então, têm sido concentradas as buscas. Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que a jovem subiu na moto. Desde então, não há mais sinais da estudante.
O horário e o trajeto causaram estranheza à família. Segundo os parentes, Ana costumava sair do campus apenas às 16h30. No dia do desaparecimento, no entanto, ela deixou a instituição cerca de quatro horas antes do habitual e sem avisar ninguém.
De acordo com a investigação, no dia anterior ao desaparecimento, a adolescente recebeu uma transferência via Pix de R$ 20, enviada por um açougueiro a pedido de um homem de 43 anos.
Este homem foi preso preventivamente no sábado (12) e é considerado o principal suspeito. Ele era conhecido da família e frequentava a mesma igreja da mãe de Ana Beatriz. Apesar disso, ainda é incerto o grau de proximidade entre ele e a jovem.
Em depoimento à polícia, o suspeito alegou que costumava ajudar Ana financeiramente para a compra de lanches. Ele afirmou ainda que a adolescente já teria morado em sua casa e o ajudava a cuidar de seus filhos. O homem negou qualquer tipo de envolvimento afetivo com ela.
A família, por sua vez, contesta a versão apresentada e levanta suspeitas sobre a localização do desaparecimento, que coincide com a área onde o suspeito mantém uma chácara. Moradores da região relataram ter visto Ana Beatriz com o homem cerca de duas semanas antes do desaparecimento.
A mobilização em busca da adolescente ganhou força nos últimos dias. Na sexta-feira (25), uma denúncia anônima levou a polícia e parentes a realizarem buscas na Praia de Guaxuma, após relatos de que o corpo de Ana estaria em um poço dentro de uma casa abandonada. A operação, porém, não teve sucesso.
Na tarde da última segunda-feira (28), amigos e familiares da jovem realizaram um protesto bloqueando parte da rodovia AL-101 Norte, nas imediações do bairro Garça Torta. A manifestação cobrou respostas das autoridades e reforçou a exigência por celeridade nas investigações.