Justiça

Moraes concede prisão domiciliar a Fernando Collor, que usará tornozeleira eletrônica

Collor havia sido preso em 25 de abril, em Maceió (AL), por determinação do próprio Moraes, após ser condenado por corrupção iva e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato.

Atualizado 1 mês atrás
Fernando Collor - Foto: Dida Sampaio/Estadão - 22/01/19

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta quarta-feira (1º) a substituição da prisão em regime fechado por prisão domiciliar ao ex-presidente Fernando Collor de Mello. A decisão veio após parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR), considerando o estado de saúde e a idade avançada do ex-mandatário.

Collor havia sido preso em 25 de abril, em Maceió (AL), por determinação do próprio Moraes, após ser condenado por corrupção iva e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato. A decisão foi referendada por 6 votos a 4 no plenário do STF.

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Prisão domiciliar com restrições
Segundo os termos definidos pelo ministro, o ex-presidente deverá cumprir as seguintes medidas:

  • Uso obrigatório de tornozeleira eletrônica;
  • Proibição de deixar o país, com entrega imediata do aporte;
  • Restrição de visitas, permitidas apenas para advogados e pessoas previamente autorizadas pelo STF.

A decisão ainda determina que, caso Collor precise de atendimento médico, ele terá até 48 horas para apresentar justificativa e comprovar a necessidade da consulta. O não cumprimento das medidas acarretará o retorno imediato à prisão em regime fechado.

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“O descumprimento da prisão domiciliar ou de qualquer uma das condições impostas implicará na reconversão da medida para prisão em estabelecimento prisional”, afirmou Moraes em despacho.

Estado de saúde e parecer técnico
A defesa alegou que o ex-presidente sofre de comorbidades como doença de Parkinson, apneia do sono e transtorno afetivo bipolar. Embora um relatório da Penitenciária Masculina Baldomero Cavalcanti de Oliveira — onde Collor estava custodiado — tenha indicado que a unidade tem condições de oferecer tratamento médico, o STF considerou os laudos médicos e o parecer da PGR, assinado pelo procurador-geral Paulo Gonet, favorável à prisão domiciliar por razões humanitárias.

Condenação e histórico
Fernando Collor foi condenado a 8 anos e 10 meses de prisão por envolvimento em esquema de corrupção enquanto ocupava cargo no Senado Federal. O caso é mais um desdobramento da Lava Jato que envolve nomes de peso da política nacional.

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Até a autorização da prisão domiciliar, Collor estava detido em cela individual, isolado de outros apenados, em uma penitenciária que atualmente abriga mais de 1.300 presos — número muito acima da capacidade projetada para 892.