Busca
O município de Ibateguara, na Zona da Mata alagoana, enfrentou mais uma vez a interrupção no fornecimento de água durante o último final de semana. O problema, que tem se tornado recorrente, voltou a afetar centenas de famílias, especialmente nas áreas urbanas e rurais mais elevadas, gerando revolta e críticas nas redes sociais.
De acordo com a empresa Verde Alagoas, responsável pela distribuição da água tratada, a paralisação se deu em função da baixa qualidade da água bruta captada, causada pelas fortes chuvas que atingem a região. Em nota oficial, a empresa informou que a Casal (Companhia de Saneamento de Alagoas) é a responsável pela captação, produção e tratamento do recurso, e que, tão logo os serviços de normalização sejam concluídos, a distribuição será retomada de forma gradativa.
“Estamos trabalhando para reduzir os impactos causados pela interrupção e disponibilizamos caminhões-pipa para atender os moradores afetados”, diz o comunicado, reforçando que os registros de falta de água devem ser feitos pelo telefone ou WhatsApp 0800 941 0195, canal oficial da concessionária.
No entanto, moradores relatam que a assistência com os caminhões-pipa não tem chegado a todos os bairros, e que o serviço tem sido ineficiente para suprir a demanda. “Estamos sem água desde sexta-feira e ninguém apareceu aqui. A desculpa sempre é a chuva ou problema técnico. Enquanto isso, as famílias ficam sem o básico”, desabafou Maria das Graças, moradora.
Nos últimos dias, a situação se agravou. Conforme o próprio site da Verde Alagoas, entre os dias 23 e 25 de maio, Ibateguara foi alvo de duas paralisações registradas oficialmente, além de registros semelhantes em Campestre, Mar Vermelho, Colônia, Maragogi, Jacuípe e São Luís do Quitunde. Isso evidencia um cenário de crise regional no abastecimento de água, o que tem mobilizado reclamações em diferentes partes do estado.
A frequência com que os moradores de Ibateguara ficam sem água tem chamado a atenção de lideranças locais. Parlamentares da cidade já solicitaram uma reunião emergencial com representantes da Verde Alagoas para discutir soluções de curto e médio prazo. Entre as principais cobranças estão transparência na comunicação com a população, presença ativa dos caminhões-pipa e a criação de um plano de contingência para períodos de chuva intensa.
Além das queixas práticas, muitos moradores denunciam que a comunicação da empresa é falha e pouco ível. “Ligamos para o número que eles informam, mas ninguém atende. Quando atende, só dizem que é problema na captação e que estão resolvendo. Mas já estamos há dias sem resposta concreta”, disse José Raimundo, morador da zona rural.
Com os sucessivos problemas, cresce também a pressão para que o Ministério Público Estadual (MPAL) e a Defensoria Pública acompanhem a situação de perto. Em outras cidades alagoanas, órgãos de controle já atuaram em processos para garantir o direito ao abastecimento regular, considerado essencial para a saúde e a dignidade da população.
Enquanto isso, a Verde Alagoas mantém a posição de que os problemas são temporários e que a distribuição será normalizada “assim que as condições da água captada permitirem”. Não foi informado, no entanto, prazo exato para o restabelecimento completo do serviço.