Interior

“Nosso pequeno anjo”: sepultamento de criança morta pelo pai emociona Alagoas

Comoção em Palmeira dos Índios marca sepultamento de criança morta pelo próprio pai, major da PM

Sepultamento de criança morta pelo pai - Imagem: Rogério Nascimento
Sepultamento de criança morta pelo pai - Imagem: Rogério Nascimento

Foi sob aplausos e profundo silêncio que o corpo de Pierre Victor Pereira Silva, de 10 anos, foi sepultado nesta terça-feira (10), no Cemitério de São Gonçalo, no centro de Palmeira dos Índios, Agreste de Alagoas. O menino foi vítima de uma tragédia familiar que chocou o estado: ele foi assassinado pelo próprio pai, o major da Polícia Militar Pedro Silva, após o militar fugir da prisão onde estava detido.

O cortejo fúnebre foi acompanhado por familiares, amigos e moradores da cidade. A comoção tomou conta do trajeto até o cemitério. Alunos da escola em que Pierre estudava prestaram homenagem segurando bolas brancas e uma faixa com a frase: “Pierre, nosso pequeno anjo. Seu sorriso estará presente em nossos corações”. Ao final da caminhada, as bolas foram soltas em direção ao céu, em um gesto simbólico de despedida.

O conteúdo continua após o anúncio 👇

Pablo Victor, irmão de Pierre que reside no Canadá, esteve presente no sepultamento e falou com pesar sobre a perda. “Foi o fim para ele, depois de muito sofrimento, e agora ele vai descansar. Não tem como acreditar que o próprio pai poderia fazer isso, do jeito que ele estava ali. A funerária fez um trabalho maravilhoso para que a gente pudesse vê-lo pela última vez”, disse.

A violência que tirou a vida de Pierre ocorreu no sábado (7), no bairro do Prado, em Maceió. O major Pedro Silva invadiu a residência da ex-esposa e manteve cinco pessoas da família como reféns: a ex-mulher, o filho caçula do casal (de apenas 3 anos), Pierre, sua própria irmã e o cunhado, o sargento Altamir Moura Galvão, que também foi morto.

O conteúdo continua após o anúncio 👇

O Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) foi acionado para conter a situação. Apesar das tentativas de negociação, o major se recusou a se entregar. Durante a operação, ele foi baleado e morreu no local.

A população de Palmeira dos Índios e de Maceió reagiu com choque ao episódio. Vitória, vizinha e amiga da família, expressou o sentimento de incredulidade diante do crime. “Ninguém imaginava que ele faria algo contra o próprio filho. Todo mundo sabia que ele agredia a família, mas isso ninguém poderia prever. É muito triste.”

O conteúdo continua após o anúncio 👇

A tragédia encerra de forma brutal uma sequência de violência doméstica que, segundo relatos de conhecidos, já era conhecida por parte da comunidade.