Garrincha, lenda do futebol brasileiro e símbolo eterno da camisa 7 da Seleção, foi esquecido pela CBF em um vídeo que deveria homenagear os grandes nomes que usaram essa numeração. A publicação, feita nas redes sociais da entidade nesta terça-feira (14), exaltava jogadores que vestiram a camisa 7 ao longo das Copas do Mundo, mas não incluiu aquele que a eternizou.
A ausência do craque bicampeão mundial gerou forte repercussão e protestos nas redes sociais. O vídeo menciona atletas como Neymar, Jairzinho, Bebeto, Hulk, Paquetá, Vinícius Jr. e David Neres, mas ignora completamente Mané Garrincha, que brilhou intensamente com a 7 na conquista da Copa de 1962, no Chile.
“Garrincha foi o maior camisa 7 da história da Seleção. Esquecê-lo é distorcer a própria história do futebol brasileiro”, comentou um jornalista esportivo.
A polêmica da omissão
A postagem da CBF, com a legenda “SÓ QUEM VIVEU SABE! A camisa 7 amarelinha é sinônimo de classe, categoria e MUITO futebol”, pretendia ser um tributo à trajetória de craques que marcaram época com essa numeração. Mas a omissão de Garrincha transformou a ação institucional em motivo de crítica e revolta pública.
Entre os nomes destacados no vídeo estavam:
• Adriano Imperador
• Jairzinho
• Bebeto
• Neymar
• David Neres
• Lucas Paquetá
• Hulk
• Vinícius Jr.
• Richarlison
• Martinelli
• Ronaldinho
• Elano
• Rodrygo
• Diego Costa
Nas redes, a indignação foi generalizada. “Ignorar Garrincha é como falar da camisa 10 e não citar Pelé”, escreveu um torcedor.
Garrincha: a lenda que deu alma à camisa 7
Manuel Francisco dos Santos, o Garrincha, é mais do que um ex-jogador: é um dos ícones máximos da história do futebol mundial. Com seus dribles desconcertantes e postura irreverente, foi campeão do mundo em 1958 e, sobretudo, protagonista absoluto em 1962, quando levou o Brasil ao bicampeonato mesmo com a ausência de Pelé.
Foi com a camisa 7 que Garrincha se eternizou, não apenas como atleta, mas como símbolo de uma era do futebol brasileiro. Seu legado é reverenciado até hoje por torcedores, estudiosos e ex-jogadores — mas aparentemente não pela própria entidade que rege o futebol no país.
Silêncio da CBF aumenta a crise
Até o fechamento desta reportagem, a CBF não havia se pronunciado oficialmente sobre a ausência de Garrincha no vídeo. O silêncio foi interpretado como negligência histórica, e muitos internautas aram a acusar a entidade de alimentar um “projeto de apagamento” do ado.
“Existe um esforço institucional para tornar Garrincha apenas uma nota de rodapé. Mas ele é a essência da Seleção. Foi ele quem colocou a camisa 7 no panteão do futebol mundial”, postou um comentarista esportivo.
Memória ameaçada: o legado de Garrincha nas mãos erradas?
A revolta online deu origem a um novo debate: quem é responsável por preservar a memória do futebol brasileiro? Quando a entidade máxima do esporte nacional omite um de seus maiores ídolos, o que isso diz sobre o compromisso institucional com a história?
Garrincha morreu em 1983, aos 49 anos, após enfrentar problemas de saúde e abandono. Desde então, seu nome é lembrado mais pelos torcedores e pela imprensa do que por entidades oficiais. Agora, sua exclusão de uma homenagem simbólica reacende discussões sobre como o Brasil trata seus maiores talentos.
“Estão apagando Garrincha”: o impacto da repercussão
Influenciadores, jornalistas, ex-jogadores e torcedores se uniram nas redes para pedir retratação da CBF. Páginas como o Museu da Pelada, Tardes de Domingo e perfis de torcedores do Botafogo — clube onde Garrincha brilhou — reagiram com veemência.
“Estão apagando Garrincha. Primeiro foi o silêncio, agora é a exclusão. Isso é uma vergonha para o futebol brasileiro”, escreveu um ex-dirigente do clube carioca.
A hashtag #GarrinchaÉEterno chegou a figurar entre os assuntos mais comentados no Brasil no X (antigo Twitter), reforçando o quanto o legado do craque ainda ressoa no imaginário nacional.