A série The Chosen, sucesso global que retrata a vida de Jesus Cristo e seus discípulos, tem conquistado milhões de espectadores ao redor do mundo. No entanto, no meio cristão, especialmente entre líderes evangélicos mais conservadores, o conteúdo vem sendo alvo de críticas e acusações de distorções doutrinárias. A pergunta que muitos têm feito é direta: The Chosen é heresia?
Vários pastores têm se manifestado nas redes sociais e em púlpitos sobre a série. Entre as principais críticas está o argumento de que a produção “humaniza demais” Jesus, atribuindo ao personagem atitudes e falas que não constam nos Evangelhos, o que poderia induzir o público a interpretações erradas das Escrituras.
O pastor reformado Justin Peters, conhecido por seu ministério de discernimento nos Estados Unidos, chegou a afirmar que The Chosen “se distancia da Bíblia em vários momentos e cria uma versão própria de Jesus para agradar ao público moderno”. Ele também criticou a associação do criador da série, Dallas Jenkins, com membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (mórmons), o que levanta suspeitas sobre influência doutrinária.
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No Brasil, líderes como o pastor Paulo Junior, da Igreja Aliança do Calvário, também expressaram reservas. Em pregação recente, ele disse que “a série é uma narrativa perigosa que mistura verdades bíblicas com ficção emocional, o que pode desviar os fracos na fé”. Embora não tenha usado o termo “heresia” diretamente, classificou a série como “espiritualmente comprometedora”.
Por outro lado, defensores da série argumentam que The Chosen é uma obra artística baseada na Bíblia, e não uma transcrição literal. O próprio diretor, Dallas Jenkins, já declarou que “a série é uma tentativa de retratar os sentimentos e conflitos humanos por trás dos textos bíblicos, sem contradizer as Escrituras”. Ele reconhece que há elementos criativos, mas afirma que o núcleo da mensagem é fiel ao Evangelho.
O debate sobre se The Chosen é heresia revela uma tensão maior no meio cristão: como equilibrar fidelidade bíblica e linguagem contemporânea? A série pode ser vista como uma ferramenta evangelística, especialmente entre os mais jovens, mas também exige discernimento e base bíblica sólida para evitar interpretações equivocadas.
Pastores e líderes seguem divididos. Para alguns, a produção representa uma oportunidade de alcançar quem nunca abriria uma Bíblia. Para outros, é uma distorção perigosa do que está escrito nas Escrituras.
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