Um crime brutal comoveu a cidade de Mutuípe, no Vale do Jiquiriçá, neste sábado (24). Um homem de 39 anos tirou a vida do próprio filho, de apenas três anos, e em seguida tirou a própria vida. A tragédia ocorreu no povoado de Duas Barras do Fojo, zona rural do município, e está sendo investigada pela 4ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin), com sede em Santo Antônio de Jesus.
Segundo as primeiras informações apuradas pela Polícia Civil, o crime teria sido motivado pela não aceitação do fim do relacionamento com a mãe da criança, encerrado há aproximadamente três meses. O episódio aconteceu justamente durante o fim de semana em que o menino estava sob os cuidados do pai, conforme determinado em acordo de visitas judicialmente firmado.
Corpos encontrados na casa da família
Os corpos de Alex Santos de Jesus e do pequeno João Lucas Costa Santos foram encontrados por familiares dentro da residência, e apresentavam sinais de enforcamento. As guias para remoção e exames periciais foram expedidas e o caso já está sendo oficialmente investigado.
A tragédia ocorreu em um local de difícil o e causou forte comoção na comunidade, que é pequena e tem menos de 20 mil habitantes. Vizinhos e conhecidos da família ficaram em choque com o acontecimento, destacando que Alex era um homem reservado, mas aparentemente envolvido na vida do filho. Não há registros de agressões ou histórico policial anterior envolvendo o casal, segundo apuração preliminar da polícia.
Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o número de crimes contra filhos por pais em contexto de separações conflituosas tem aumentado nos últimos anos, sendo frequentemente relacionados a distúrbios emocionais, ciúme possessivo e sentimento de perda de controle.
O assassinato de crianças por pais ou responsáveis — conhecido juridicamente como filicídio — é um fenômeno complexo e que exige atenção não apenas do sistema de justiça, mas também de políticas públicas de saúde mental, mediação de conflitos e proteção à infância.
Repercussão local e apelos por prevenção
Em Mutuípe, autoridades locais e lideranças comunitárias têm se manifestado, destacando a urgência de ações que promovam educação emocional, apoio psicológico e prevenção da violência doméstica. A Prefeitura e o Conselho Tutelar devem emitir nota oficial com medidas de amparo à família materna e à comunidade afetada.
A Polícia Civil ainda colhe depoimentos e espera os laudos do Departamento de Polícia Técnica (DPT) para esclarecer completamente a dinâmica e motivação do crime. O caso segue em investigação.